domingo, 18 de dezembro de 2011

Limoeiro, Terra dos Coronéis



Nossa ida a cidade de Limoeiro proporcionou a cada um, uma grande bagagem de conhecimento e também nos fez ver na realidade tudo aquilo que já havíamos discutido em sala no decorrer do nosso curso.
Na quinta - feira (15), nossa primeira parada foi na Acerolândia, em Paudalho onde podemos conhecer e provar do famoso sorvete de acerola, e também desfrutar de grandes e valiosas experiências de empreendedorismo e sustentabilidade ambiental com a senhora Nadjá que é a proprietária do local! A Acerolândia fica na beira da BR 408, em Paudalho. Para quem vai partindo de Recife, fica do lado esquerdo. O lugar é simples, mesas de troncos de árvore e tem diversos lanches gostosos para quem quer forrar a barriga e continuar viagem. E acompanhada de um suco de acerola feito na hora fica ainda melhor. A sobremesa, claro, o já falado sorvete de acerola e mel de abelha, especialidade do lugar. Difícil é tomar um só. Lá também tem pastas, geléias, picolés, polpas e até mudas e sementes para vender.Para quem vai com criança, a distração fica por conta da criação de preás que eles mantêm e pela casa de taipa, que faz com que todos os mais velhos que vão possam lembrar de suas infâncias, o que é uma forma de marketing que faz com que a clientela seja fiel e sempre que possível volte e desfrute do ambiente simples e aconchegante!
Em relação ao empreendedorismo, podemos notar que não é por falta de esforço que o local não é mais conhecido, e sim por falta de interesse dos governantes, que não consideram os projetos elaborados por D. Nadjá como lucrativos. Porém ela não dá o braço a torcer, e faz com que seus projetos, nem que seja de seu próprio bolso, sejam empregados, pequenos, porém de grande valia para o desenvolvimento sustentável do local.





Logo depois seguimos viajem em direção a Igreja de Nossa Senhora da Luz, porém, mas conhecida como Igreja de São Severino dos Ramos, já que está localizada nas terras do antigo Engenho Ramos, ainda na cidade de Paudalho, Pernambuco, que é considerado o maior centro de romaria do Estado.
Existe uma imagem que teria sido trazida de Roma por um filho da então proprietária do engenho. Também não se sabe quando começou a romaria, porém, encontram-se relatos de milagres em meados do século XIX, e foi necessária a ampliação da Capela no início do XX, visto o intenso fluxo de peregrinos ao local. E foi assim que começou a devoção e demonstração dos milagres realizados através dos ex-votos, que é uma pratica pagã, que foi adaptada as práticas cristãs. Muito conhecida em Salvador, na sala dos milagres, na Igreja de Nosso Senhor do Bomfim, e também no Círio de Nazaré que leva mais de 6 milhões de pessoas as ruas de Belém do Pará, sendo assim, a maior festa religiosa do Brasil e do mundo, mostrando assim o potencial turístico religioso que o Norte e Nordeste brasileiro possui.



 A imagem do Santo, deitado e em tamanho natural, está no altar lateral esquerdo. É para lá que todos se dirigem. É tratado simplesmente como São Severino, ou como "São Severino do Ramo", ou ainda "São Severino dos Ramos" em virtude do nome do engenho. Esta confusão levou a que o grande dia de romaria seja no Domingo de Ramos, e não no dia 08 de janeiro. Parece que originalmente a roupa da imagem era azul. Esta nova, vermelha, foi confeccionada em substituição a anterior, deteriorada em virtude do assédio de romeiros que espetavam o Santo acreditando que sangraria.
Já em relação a arquitetura da Igreja, podemos observar um estilo Eclético, com base Barroca, e um peculiar traço Gótico, que é bastante famoso no interior pernambucano, e se mantém constante em varias igrejas, como a Igreja Matriz da Antiga Petrolândia e as Igrejas de Limoeiro em sua Grande Maioria, nos mesmos estilos, bases e traços arquitetônicos!



Pegamos o ônibus e seguimos viajem rumo a Carpina, onde tivemos uma conversa com a secretaria de turismo, que foi meio turbulenta, porém, muito tranqüila, ela expôs para nós o quanto é gratificante trabalhar com turismo, nos falou um pouco das programações, que não são tão bem vistas aos nossos olhos, e também falou da parte que nós interessou mais, a parte de preservação da cultura, como eles trabalham a mentalidade do jovem estudante carpinense, e também daqueles que não tem mais a oportunidade de estudar com diversos projetos.
Em relação ao MAMULENGO, é uma das pouquíssimas formas de teatro popular que ainda conseguem sobreviver em um país, onde a cultura é considerada a mais sem importância, sempre deixada em ultimo plano.
A origem da palavra MAMULENGO vem dos ditos e teorias populares, onde as palavras se juntaram, a mais aceita e contada é a da MÃO – MOLENGA, onde as mãos do mamulengueiro, que é aquele que faz o teatro ganhar vida e forma, tem quer ser mãos habilidosas, ágeis. Daí vem de forma popular a origem da palavra Mamulengo




fomos a associação das Tapeceiras, que fica em Lagoa do Carro, onde pudemos conhecer um pouco da produção, dos lindos tapetes, que chegam a custar ate R$ 2.600.

Logo Depois fomos ao Museu da Cachaça, onde conhecemos um acervo de mais de 11.000 garrafas, entre Aguardentes e Cachaças,(Já que como foi patenteado pelo Brasil, a cachaça é a única bebida genuinamente brasileira, aos outras bebidas produzidas fora do Brasil, só podem ser chamadas de aguardente), das mais diferentes partes do Brasil e do mundo.



Só então fomos em direção ao Hotel das Oliveiras, onde nos hospedamos, para dá continuidade a visita. Depois de todos devidamente instalados, pudemos dá continuidade as atividades, onde fomos a sala de reuniões, onde discutimos um pouco sobre o que vimos no decorrer do dia e nos preparar para o que nos esperava. Depois da reunião, fomos jantar no Restaurante Palhoça do Ataíde, onde pudemos desfrutar da famosa pizza Ataíde, que por sinal é muito boa.
 Ao termino do jantar, seguimos pelas belas ruas de Limoeiro, típicas ruas de uma cidade do interior, pessoas conversando na calçada, vendo o pouco movimento de pessoas e de carros, assim pudemos desempenhar nossa função na parte humana, onde um simples boa noite abre uma enorme sorriso na face daquelas pessoas que nunca iriam esperar alguma coisa vindo de pessoas que elas nunca viram, e andando chegamos ao Galpão das Artes, símbolo do Teatro de Limoeirense e Pernambucano.

Lá fomos muito bem recepcionados pelo ator e diretor de teatro Charlon Cabral, que começou o bate-papo com a dinâmica da formiguinha beijoqueira. Onde colocávamos uma formiguinha imaginaria em um local do corpo da pessoa ao lado, e para sarar a picada tínhamos que beijar a parte que foi imaginariamente machucada. Uma dinâmica faz abrir a imaginação para o mundo do teatro que a pouco iríamos conhecer.
Foi explicado que o galpão onde reside a companhia de teatro,vem desde a época do ouro branco,  que foi a época de riqueza daquela área de Pernambuco, com a colheita e estocagem do ouro, que na verdade era o algodão. Depois de todo o bate – papo, podemos desfrutar do Coco de Roda de Zé de Teté, um barbeiro da cidade que na verdade tem no seu sangue o coco de roda encravado. Filho do Senhor Oteliano, mais conhecido como Teté, Herdou o apelido do pai, assim tornando-se Ze de Teté.

Pode-se notar que todos nos divertimos, ao dançar ou tentar dançar o Coco de Zé, percebir sua Humildade e simplicidade, quando nós no fim dos agradecimentos começamos a cantar o verso que ele ensinou “Zé de Teté, Por Favor, não vá embora”, quem esteve atento pode perceber que uma lagrima de felicidade rolou da face dele. E é isso que falta ao Gestor de Turismo, perceber o ser humano, perceber que ele não fez do seu pandeiro Profissão.

E ao adentrar os camarins tomamos a liberdade de pegar alguns instrumentos e fazer um verdadeiro batuque, que para nós não foi um simples batuque, foi quase que uma sambada de maracatu, cirando e coco de umbigada.

Logo depois das despedidas, voltamos rumo ao hotel, onde iríamos descansar, mas antes tivemos um breve dialogo com o Dono do Hotel onde ficamos, grande incentivador da cultura de Limoeiro, principalmente dos caboclinhos, que pelo o que afirmou, bancou a ida deles para Recife, onde eles iriam se apresentar no carnaval.
Logo depois dessa conversa, fomos nos arrumar para dormir já que as 06h:30min da manhã já deveríamos estar de pé, prontos para as pesquisas de Oferta e demanda turística.
Assim, começamos o dia com um café da manhã reforçado, e logo depois tivemos uma breve conversa com a secretaria de turismo de Limoeiro, onde elas nos falou um pouco sobre a cidade e seus projetos para o turismo. Logo depois partimos rumo as pesquisas, escolhemos três locais, o Mercado Público e a Prefeitura de Limoeiro e a Agência de Viagens Web Viagens.
Prefeitura de Limoeiro

 O mercado publico de Limoeiro  tem um estilo colonial, abrigando vários estandes de compras. Entrevistamos duas pessoas no Mercado, ficou evidenciado que eles não conhecem o patrimônio cultural e físico que possuem. Tem a mentalidade aberta, que turismo em Limoeiro só o de Eventos, com a festa de São Sebastião e a Micaeiro, a primeira, ficou explicito o medo em relação a segurança no Morro, já que só é permito subir na época de quaresma, e o Micaeiro é a mais famosa, onde a maioria dos moradores de Limoeiro e cidades vizinhas vão.É fato que os moradores quase que idolatram a gestão do atual prefeito, na Prefeitura, entrevistamos o Senhor Brasiliano Juvino, que é uma ótima pessoa, simpático, muito diferente dos guardas municipais que encontramos em algumas cidades, ele é bem entendido e tem ideais fixas quanto ao turismo em Limoeiro, ele disse que a cidade gira em torno do turismo religioso e do turismo de eventos, soube detalhar muito bem as épocas do ano em que acontecem os eventos, e também em relação a economia, sabia falar de vários pontos turísticos de Limoeiro e etc. Já na Web Viagens, tivemos uma base mais teórica e podemos ver na prática como funciona uma Agência de Turismo, ficou claro na fala da Nayla, que é Prima de Charlon Cabral, que o turismo em Limoeiro é Emissivo, eles ainda não tem estrutura para comportar o turismo emissivo na cidade, Disse Nayla, pois quando visitam a cidade, os possíveis turistas, ficam hospedados na casa de parentes, e assim não fazem uma espécie de uso guiado dos aparelhos turísticos da viagem. Foi ela a única entrevistada que falou de todos os pontos turísticos de Limoeiro.
Assim, retornamos ao Hotel, onde nos arrumamos, e fomos falar um pouco sobre nossas experiências na sala de reuniões do hotel, onde todos nós confirmamos o que já tinha sido pesquisado. O turismo em Limoeiro tem potencial, porém ele é muito mal divulgado para os Moradores, que assim não podem fazer uso dos seus aparelhos, e como sabemos, o principal meio de divulgação turística é o Boca – a Boca, dessa maneira, o turista que chegar no Mercado ou na própria prefeitura, poderá receber informações precisas, já que quem esta informando são os moradores do local.
Logo depois, fomos almoçar na Palhoça do Ataíde, para seguir viagem para a fazenda Varjadas, onde residia o Coronel Chico Heráclio, famoso em toda a região, e fazendo Limoeiro Famosa por ser a “Terra dos Coronéis“.  Fomos de Toyota, que é um dos meios de transporte mais requisitados em Limoeiro, é uma espécie de pau-de-arara, porém um pouco mais seguro que o original.

Fomos observando a paisagem que também pode servir de atrativo turístico, com a presença marcante de caatinga, pequenos lagos, açudes e pássaros como garças e patos selvagens. Assim podendo empregar o ecoturismo no local.
Ao chegarmos à fazenda Varjadas, fomos logo recepcionados por Dona Carmen Heráclio e seu Filho. Dona Carmen, nossa, uma amor de pessoa, inteligente, conversadeira que só ela, no auge de seus 95 anos, muitas histórias para contar, segundo ela o tanto de historias não dão em apenas um livro. Primeiramente ela fez questão de se apresentar, e apresentar a família, logo depois nos apresentou toda a casa, falando de tudo, e lembrando de cada detalhe, fez questão de ressaltar que foi feliz e ate hoje é feliz, sempre alto astral, nos levou ate a varanda de sua casa, e fez questão de contar histórias, conversar e mostrar o quanto estava feliz com a nossa presença em suas terras.


 Conhecemos o estábulo, e ver o gado leiteiro que estava alimentando-se.

Assim terminamos mais uma visita técnica, aprendendo, observando e estimulando nosso olhar de gestores em turismo, observando o que está errado e o que está certo e o que precisa melhorar, assim, temos a certeza de que a cidade de Limoeiro no que depender de nós e de nossos futuros projetos, será umas das grandes cidades do interior, e quem saber ate brigar pelo posto de cidade mais importante do interior Pernambucano, um gestor tem que saber a hora de arriscar, e pelo visto a hora é agora.